Ele andava, já a algum tempo, observando ela. Sem saber que ela também já o observava.
Não sabia o que dizer, e o pior é que ele não tinha coragem para falar com ela. Talvez tivesse medo de fazer tudo errado e perdê-la para sempre.
Ela também não falava nada, achava que a primeira atitude devia ser sempre tomada pelos meninos.
Ele imaginava toda sua beleza, simpatia e inteligência ao lado dele, para sempre.
Quando ele a via, seus olhos brilhavam, o coração acelerava e ele sorria, sorria muito. Ficava maravilhado com a perfeição dela.
Ela percebia tudo isso, mas era sempre indiferente à atitude dele, mesmo que por dentro a vontade dela fosse correr para os braços daquele homem vitruviano.
Ao chegava em casa ela se lamentava e também sonhava com ele, mas ela se divertia ao saber que era desejada, ela achava isso muito bom.
O tempo se passou, e nada de os dois se aproximarem. O platonismo e a idealização continuaram com o passar dos anos. Ele sonhando acordado com ela e ela perdida e loucamente apaixonada por ele. Ele estava triste por não ter ela com ele.
Um dia, assentado numa lanchonete lotada, aparece uma menina que pede para se assentar ao lado dele. Os dois conversam bastante e com o tempo se tornaram amigos. Passaram a andar juntos, ir ao cinema, sair e conversavam muito. Nunca falavam sobre amor.
Foi então que ela o viu com a outra garota. Numa atitude desesperada e desmedida ela avançou furiosamente sobre a menina, que caiu no chão e ficou olhando para ela. Ela se levantou, com vergonha, e antes de partir viu o rosto dele, meio confuso, ao mesmo tempo preocupado e alegre. Ela então não conseguiu ir embora sem lhe dar uma explicação. Quase que sem querer, ela disse:
- Eu sempre te amei.
Aquilo bagunçou a mente dele e revirou seus pensamentos. Ele ajudou a garota a se levantar e pediu desculpas, mas antes de ele terminar a menina já tinha virado as costas.
Ele então olhou para aquele rostinho lindo que lhe disse tudo que ele sempre quis ouvir. Os olhos dela estavam incrivelmente encantadores e ela esperava uma resposta.
A única coisa que ele conseguiu dizer foi:
- Que bom!
E saiu correndo atrás da outra menina...
Gutim! Desking - Gustavo Germano Pereira
01 de Outubro de 2009 - 15:20
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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